Você sabe definir o amor?
Pensei muito no assunto essa semana, comentei no facebook do meu primeiro amor, aqueles de infância, também me perguntaram se eu sabia o que era o amor.
Respondi assim meio de supetão, mas fiquei com a pergunta a brincar na minha mente.
A vida passa tão rapidamente, lembro-me ainda menina apaixonada pelo amigo do meu irmão, ficava chorando na calçada ao som de Rock and Roll Lullaby que vinha lá do parquinho de diversões, tempos da novela Selva de Pedra (1972) da estória de amor entre Cristiano e Simone.
Impossível não chorar por amor com uma música dessas quando ainda não se tem 10 anos de idade rsrs
Como era apaixonada por aquele menino que nem me dava "bola" e eu o tinha no coração de uma forma tão profunda, ele disparava toda vez que o via, acompanhava todos seus movimentos, pois além de amigo de meu irmão, eu era amiga do irmão mais novo dele, sonhava acordada. Quando a famíla se mudou foi uma tristeza imensa, perdi o amigo e o primeiro amor, platônico, diga-se de passagem.
Naquela época já era um tanto abestalhada, gostei de alguns meninos e eles nunca souberam...Pode loucura de amor maior que essa? Claro que não, só aprendi a demonstrar interesse lá pelos 25 anos porque com minha cara de brava percebi que ninguém na face da terra "chegaria junto". É sério, homens morrem de medo de mulher séria (nos dois sentidos), então aprendi a falar, deixar a timidez de lado e também a levar um "fora", atual toco, mas é melhor isso do que ficar pondo "minhocas na cabeça", geralmente imaginárias, pura perda de tempo. E vou dizer, vejo muito marmanjo(a) da minha faixa que ainda tá nessa de esperar que o outro se declare, gente como pode, eu quero algo e quero que o outro adivinhe isso e se declare? Sinceramente isso é aceitável somente até a faixa dos 20 ou então...*
Não pensem que sou mais esperta hoje, só melhorei um cadinho, mas ainda tenho uma coisa meio tola de fixação por um determinado homem, como diz o Luis Gasparetto: Tem mulher que não AMA, CISMA com um homem! Essa sou eu! Quando um homem me encanta é problema, não vejo mais ninguém e pior é quando este não te repele (tipo não dá logo um tapa no pernilongo e acaba de vez com a sinfonia romantica) e a gente fica com aquela sensação de que vai rolar ou rolar novamente, como foi o último "amor" que nem sei se foi amor mesmo, mas com certeza foi um afeto puro, livre de hipocrisia, sem cobranças, uma pitada de filme erótico, romance e comédia, talvez um ligeiro affair de final de outono...
E vocês devem estar pensando: se antes era meio abestalhada, hoje é abestalhada inteira! Tá, vocês têm razão, é uma vergonha uma mulher de meio século pagar estes micos, mas tentem entender, um homem carinhoso, cheiroso, gentil, peitos e braços que te encaixam perfeitamente e uma pegada rara entre carinhosa e forte...(suspiros)
Não foi fácil, mas superei, meu coração está vazio, leve e com a certeza de que algumas vezes temos que enterrar os vivos ou quem morre somos nós, quando o encanto de dentro se quebra, o que está fora não faz mais sentido, são apenas boas lembranças de uma fantasia. Minha.
Entre o primeiro e o último amor: algumas bobagens que nem vale comentar; um grande amor, desta vez real (talvez o tenha classificado maior de todos porque não terminou por falta de amor, não soubemos como seria o final da estória); um amor afetuoso, racional que tinha certeza ser para toda vida por tantas afinidades que tínhamos, no entando contradizendo as previsões , no tempo nos perdemos, mas rendeu um fruto maravilhoso que é o filho e uma grande amizade depois da tempestade.
Minha experiência é pequena se comparada a juventude atual, mas quem sabe ainda não acontece de viver algo bacana, leve, sem correntes, sem promessas, sem contos de fada e principalmente sem mimimi... Só não vou inventar sentimento, se rolar rolou, se não rolar, paciência, mas "pelamor" que eu não cisme nunca mais com um homem afinal quem já tem 50 está mais para o desembarque do que para o embarque!
Pensei, pensei e não sei definir o amor, acredito que cada pessoa é diferente, nos toca de uma maneira peculiar, tudo diferente, personalidade, beijo, química, pegada, afinidade e depende do momento que vivemos, da experiência que temos. Todo amor vale a pena, se o coração bater mais forte e bater na porta, temos que deixar entrar e saboreá-lo para conhecer e então definí-lo. Só sabemos daquilo que vivemos! (Amor platônico, não mais!?)*.
Agora de uma coisa tenho certeza, NÃO SOMOS DONOS DO AMOR DO OUTRO! Somos donos apenas do nosso amor, por maior que ele seja não se obriga alguém a nos amar, isso é sentimento de POSSE e EGOÌSMO. O amor é naturalmente livre para voar, ninguém dá o que não tem e não há nada mais triste do que estar com alguém sem gostar, pelo menos é minha opinião.
Sábias as palavras do poeta Vinícíus de Moraes: Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.
* Há uns 5 anos ouvi uma atriz global que não vou citar o nome (85 anos) ao ser questionada sobre a vida amorosa nesta fase da vida, ela disse que estava apaixonada, que a idade não importava e sim sentir o coração pulsando, a expectativa de encontrar a pessoa...que aquela sensação a fazia se sentir mais viva. A apresentadora perguntou se essa paixão era real, se o amado sabia deste sentimento dela; que respondeu: -Não, isso é o que menos importa na minha idade.