Após a tragédia em Santa Maria - RS (e todas as outras, sejam de grande ou pequenas proporções), ouvimos e falamos sobre procedimentos, erros, responsabilidades, culpas...São tantos os questionamentos.
Fatalidade, negligência? Cada caso é um caso, mas gostaria de falar aqui sobre nossas próprias atitudes, nossas responsabilidades diante da fragilidade da vida; somos seres mais "inteligentes" em relação aos outros seres vivos, mas nem por isso estamos livres de tragédias, sejam geológicas naturais ou desencadeadas pelo ser humano.
Ficamos tão chocados diante da morte em "fatalidades", mas fico a me questionar sob outro ângulo o nosso comportamento pessoal em relação a muitas coisas perigosas que podem nos acontecer e a terceiros por conta desses comportamentos inadequados.
Por que, com tanta informação que temos atualmente ainda temos atitudes irresponsáveis em relação à nossa vida e da comunidade em geral?
Por exemplo, fala-se agora em relação às apresentações com show pirotécnicos (já há histórico de casos que causaram incêndios e tragédias) e mesmo assim ignoramos o perigo como se ele não existisse (sem entrar no mérito das leis vigentes ou culpados).
Será que o prazer primitivo no ser humano pensante é tão forte que o faz agir além da razão, dos instintos de sobrevivência?
Por que entramos em um lugar onde acontecerá uma apresentação deste tipo?
Por que não observamos a segurança do local, não damos uma averiguada no local onde estaremos aglomerados, se tem ventilação, saídas de emergência suficientes em caso de tumulto?
Antes mesmo de procurarmos culpados temos que olhar para nós mesmos e nossos comportamentos em busca de prazer seja de que tipo for, grande parte deles são de risco. É claro que grandes conquistas da humanidade se deram através da coragem de correr riscos, mas é um risco calculado, planejado, tenho medo do riscos inconscientes a troco de nada ou apenas prazer ocasional.
Questiono-me...
Por que deixamos nossas crianças soltarem pipas em lugares inadequados e ainda usar cerol nas linhas?
Por que soltamos balões?
Por que dirigimos alcoolizados, em alta velocidade, desrespeitamos a sinalização?
Por que dirigimos um veículo ou operamos uma máquina mesmo estando com sono?
Por que falamos ao celular dirigindo?
Por que transamos sem preservativo?
Por que comemos sem atentar (ou ignorar) para nossa saúde e da família?
Por que não respeitamos a vida?
Por que ignoramos o perigo diante do prazer?
Será que o prazer é tão mais importante que o amor pela nossa vida e de nossos semelhantes? Onde está a razão, a inteligência do ser humano?
O mais interessante é que diante de "fatalidades" somos todos bonzinhos, solidários e humanos na dor que por enquanto não é nossa.
E de longe continuamos a nos divertir, sentir prazer...até que nós, alguém de nossa família ou próximo, seja a vítima do "prazer" irresponsável de um humano inteligente e ávido por prazer como nós mesmos. Quem sabe então aprendamos a valorizar a vida mais do que o prazer de um momento, por mais maravilhoso que ele seja.
Por enquanto façamos hipocritamente uma prece pela morte dos nossos irmãos, vítimas de nós mesmos.
Dalva Rodrigues
Fatalidade, negligência? Cada caso é um caso, mas gostaria de falar aqui sobre nossas próprias atitudes, nossas responsabilidades diante da fragilidade da vida; somos seres mais "inteligentes" em relação aos outros seres vivos, mas nem por isso estamos livres de tragédias, sejam geológicas naturais ou desencadeadas pelo ser humano.
Ficamos tão chocados diante da morte em "fatalidades", mas fico a me questionar sob outro ângulo o nosso comportamento pessoal em relação a muitas coisas perigosas que podem nos acontecer e a terceiros por conta desses comportamentos inadequados.
Por que, com tanta informação que temos atualmente ainda temos atitudes irresponsáveis em relação à nossa vida e da comunidade em geral?
Por exemplo, fala-se agora em relação às apresentações com show pirotécnicos (já há histórico de casos que causaram incêndios e tragédias) e mesmo assim ignoramos o perigo como se ele não existisse (sem entrar no mérito das leis vigentes ou culpados).
Será que o prazer primitivo no ser humano pensante é tão forte que o faz agir além da razão, dos instintos de sobrevivência?
Por que entramos em um lugar onde acontecerá uma apresentação deste tipo?
Por que não observamos a segurança do local, não damos uma averiguada no local onde estaremos aglomerados, se tem ventilação, saídas de emergência suficientes em caso de tumulto?
Antes mesmo de procurarmos culpados temos que olhar para nós mesmos e nossos comportamentos em busca de prazer seja de que tipo for, grande parte deles são de risco. É claro que grandes conquistas da humanidade se deram através da coragem de correr riscos, mas é um risco calculado, planejado, tenho medo do riscos inconscientes a troco de nada ou apenas prazer ocasional.
Questiono-me...
Por que deixamos nossas crianças soltarem pipas em lugares inadequados e ainda usar cerol nas linhas?
Por que soltamos balões?
Por que dirigimos alcoolizados, em alta velocidade, desrespeitamos a sinalização?
Por que dirigimos um veículo ou operamos uma máquina mesmo estando com sono?
Por que falamos ao celular dirigindo?
Por que transamos sem preservativo?
Por que comemos sem atentar (ou ignorar) para nossa saúde e da família?
Por que não respeitamos a vida?
Por que ignoramos o perigo diante do prazer?
Será que o prazer é tão mais importante que o amor pela nossa vida e de nossos semelhantes? Onde está a razão, a inteligência do ser humano?
O mais interessante é que diante de "fatalidades" somos todos bonzinhos, solidários e humanos na dor que por enquanto não é nossa.
E de longe continuamos a nos divertir, sentir prazer...até que nós, alguém de nossa família ou próximo, seja a vítima do "prazer" irresponsável de um humano inteligente e ávido por prazer como nós mesmos. Quem sabe então aprendamos a valorizar a vida mais do que o prazer de um momento, por mais maravilhoso que ele seja.
Por enquanto façamos hipocritamente uma prece pela morte dos nossos irmãos, vítimas de nós mesmos.
Dalva Rodrigues