Calor de verão derrete o corpo.
Busco a brisa da memória
Traz-me o sabor de melancia gelada
Que comia em tenra idade
Saboreada em larga fatia
Sem boas maneiras
Talvez rebeldia
Quase animal.
Sentada sobre o muro, sob o sol
O corpo a torrar.
Nas mordidas sedentas
A fresca e suculenta polpa se desfaz.
Suco vermelho, gelado, escorre pelos lábios
Desce sem pudor pelo pescoço
Tinge a camisa branca alvejada...
Bronca vai levar!
Não importa
O que vale é a sede saciar
O calor abrandar.
E as formiguinhas lá no chão
Festejam a doce chuva vermelha de verão
Que cai do céu
Vinda das mãos
de um suposto porcalhão.
Que as melancias sejam doces por inteiro
Como são ao centro.
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