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21 de fev. de 2012

Iguais




Vejo-me assim
Meio morta de mim.
Cadáver tépido
Despido de rendas
Despido de trapos
Banhado em agua fria
Impressões esfregadas
 Digitais removidas.
Do colo
Perfume de flores
Pétalas mortas
Funeral.

A vida é assim
Uma parte se vai
Sobra vazio.
Outra parte fica
Vida.
E viva acompanha
O funeral da primavera
Ontem tão bela
Agora repousa
No solo faminto
Que a espera
Num beijo fatal 
Com gosto de terra
Onde tudo é igual.
Sem jardins
Sem flores para roubar
Sem varandas
Sem cercas
Sem poetas
Sem luz.
Apenas repouso.
Restos mortais.
Na lápide fria
Sobram rosas
Cinzas de rosas 
Que na primavera
Em mim morava.

Afasto-me
Ao longe ouço sinos
Talvez venham do céu
Quem sabe inferno
Onde anjos e demônios
Retiram nossos véus
 
Os dias são assim
Para você
Para mim
Tudo termina
Iguais enfim.


2 comentários:

  1. Wow!!!! Linda, Dalva... tão a propósito de como me sinto hoje... perfeita! Parabéns!

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  2. Que linda poesia!
    Alem de artesa e uma excelente poetisa!
    Parabens!
    Bjs!

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