Ela decidiu ficar ali, abriu mão dos voos que no fundo sempre tiveram algo de solitário, seja na espera ansiosa pela decolagem ou no pouso forçada de seus desejos de mulher apaixonada.
É bem verdade que não era o seu desejo, apenas uma questão óbvia de escolha sem outra opção...pés no chão.
Bagagem de mão, suas fantasias cabiam naquele pequeno espaço tão cheio de lembranças perfumadas.
Era seu saguão de um aeroporto sem aviões.
Olhou para os lados...tudo vazio ou pelo menos lhe parecia, tudo sem sentido neste concreto chão.
Uma mão lhe acenou se perdendo na multidão invisível.
Um rosto lhe sorriu e apagou-se diante do frio em seu olhar.
Solitária e segura caminhou para casa em silêncio, abriu portas e janelas.
Desfez a pequena bagagem...diversas vezes. Chorou...até que as lágrimas secaram.
É bem verdade que não era o seu desejo, apenas uma questão óbvia de escolha sem outra opção...pés no chão.
Bagagem de mão, suas fantasias cabiam naquele pequeno espaço tão cheio de lembranças perfumadas.
Era seu saguão de um aeroporto sem aviões.
Olhou para os lados...tudo vazio ou pelo menos lhe parecia, tudo sem sentido neste concreto chão.
Uma mão lhe acenou se perdendo na multidão invisível.
Um rosto lhe sorriu e apagou-se diante do frio em seu olhar.
Solitária e segura caminhou para casa em silêncio, abriu portas e janelas.
Desfez a pequena bagagem...diversas vezes. Chorou...até que as lágrimas secaram.
Restou saudade daquelas viagens ao paraíso agora perdido no vazio.
Algumas vezes olha para o céu, fecha os olhos, sente um ligeiro calor na face e a brisa nervosa do vento que desarruma seus cabelos.
Lembranças invasivas lhe perturbam a alma e queimam o corpo, sonha como menina e fantasia como mulher, sente como se fossem as mãos do amado a lhe acariciar os cabelos, lábios, alçando-a ao perdido paraíso que ficou lá no céu de Agosto.
Abre os olhos...ou quem sabe seriam grades, que se abrem toda vez que ela fecha seus olhos...
Dalva Rodrigues
Um dos seus textos mais lindos, pelo menos até agora, já que no talento também reside a arte de se superar. Amei Dalva e você sabe bem porquê...
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