Minha vida era um trem
Surgia entre as montanhas
Rompendo as névoas da manhã
De encontro ao céu azulado
E suas nuvens de algodão.
De encontro ao céu azulado
E suas nuvens de algodão.
Minha vida era um trem
Percorria o vilarejo alegre
Assistia encabulado o beijo dos namorados
Chorava as lágrimas da mãe na partida do filho amado
Chorava as lágrimas da mãe na partida do filho amado
Respondia sorridente o adeus da meninada
Piuí, piuí, piuí...
Minha vida era um trem...
Estacionou no fim da linha enferrujada
Tem como lembrança os caminhos floridos
As estações, suas plataformas
As estações, suas plataformas
O povo, pipoca, algodão doce e picolé.
Hoje o trem me leva
Quando posso sento no canto
Calada
Pela janela vejo a cidade passar:
Concreto estático que grita uma prece aos céus
Árvores secas que teimam em florir, roubam-me um sorriso
Carros e motos disputam espaço
Som de buzinas, fumaça
Som de buzinas, fumaça
Uns dias têm nuvens negras que não desabam
E quando o fazem, alagam o solo árido com lágrimas
Outros dias o azul se faz presente
Mas as nuvens agora cinzas não são mais de algodão
A noite chega de mansinho para roubar a tarde
No belo e irônico horizonte poluído
A cidade passa
Olho para dentro
A noite chega de mansinho para roubar a tarde
No belo e irônico horizonte poluído
A cidade passa
Olho para dentro
Metrô Penha - SP |
O trem nos leva
Procuro não prestar atenção nos passageiros
Cada um conectado em sua nuvem artificial
Tudo é solidão.
Até eu.
Consolo?
Consolo?
Minha nuvem é musical
Aumento o som
Aumento o som
Fecho os olhos e embarco
Vejo-me trem.
Dalva Rodrigues
Dalva Rodrigues
Música para ouvir no trem
Só podemos te aplaudir,Dalva! Lindíssima "viagem" e ao final sentir-se trem...Adorei! bjs, chica
ResponderExcluirOi, Dalva!
ResponderExcluirPiui... Piui...
Olha eu passando com o meu trem...
Gostei da analogia e pensar que os caminhos, mesmo por lugares diferentes, perpassam as mesmas emoções por todos os vagões. Quem não quer sentir, apenas fecha os olhos ou finge não ver!
:)
Boa semana!!
Beijus,
Oi Dalva, é a Vi, eu estava nesse vagão com você pois pude viajar nas suas palavras.
ResponderExcluirEssas arvores secas que insistem em florir fazem mesmo a gente sorrir.
Amei.
Beijos,Vi
Eita dona Dalva, não consigo entender poooooorque alguém que escreve tão lindamente não escreve mais !!!
ResponderExcluirHum, essa sou eu dando uma bronca primeiro, srsrrss
Adorei, mas isso nem é novidade, adoro seus poemas !!!
Bjus 1000 sua linda !!
Amo suas poesias.
ResponderExcluirOi Dalva é a Vi, vim tomar um chá contigo, na próxima trago uns biscoitos..kkkk
ResponderExcluirBeijos,Vi
Dalva, voltei pra agradecer teus carinhos por lá sempre! beijos, lindo domingo e semana,chica
ResponderExcluirOi Dalva, é a Vi,que todos os dias da sua vida sejam cheios de paz, saúde e felicidade e não só nesses dias festivos.
ResponderExcluirQue a união e o amor reine em seu lar.
Feliz Natal.
Beijos,Vi
Dalva, vim te agradecer e desejar tuuuuuudo de bom nesse ano que já engatinha.. bjs, chica
ResponderExcluirOi Dalva, que texto lindo, viagem no espaço e no tempo. E curti a dica de música para ouvir no trem.
ResponderExcluirRespondi seus comentários lá no blog, ok?
Um beijo!
Oi Dalva, é a Vi, enfim estamos em 2015, espero poder usufruir desse seu talento para escrever coisas com tanta emoção e sentimentos, muitas vezes nesse ano.
ResponderExcluirBeijos,Vi