Mais  um dia de trabalho e lá vai o motoqueiro pelas ruas de São Paulo,  personagem anônimo na imensa paisagem de concreto da grande cidade,  insólito em seu tricotear busca os espaços que o levam ao destino da  rotina diária do existir.
Mas  ele não vê que o destino pode estar logo ali à frente, escondido no  asfalto sob as águas turvas da chuva que castiga  a cidade cinza e  apressada que alimenta e também devora seus habitantes. O destino ignora  os sonhos do personagem...lar, amores, laços, abraços, risos e choros  espalhados pelo ar...
Um  segundo e o destino se faz: a vida é lançada aos ares, cai simplesmente  o corpo estatelado no asfalto, o sangue sendo lavado pelas águas da  chuva, novamente atrapalhando o tráfego de mais um dia frio e cruel na  cidade que não pode parar.
Rapidamente o burado é tapado, será  chamado de fatalidade camuflando o descaso, a omissão. A vida dos  sobreviventes continua escrevendo a cada dia seu próprio destino...até  encontrar um buraco no chão.Um pai, um filho, um amante...hoje mais um alguém não vai voltar para casa.
Postagem original: Publicado em: 28 de outubro de 2009 às 9:26 
 
 
 
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