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30 de nov. de 2012

Falando de amor e amores


Você sabe definir o amor?

Pensei  muito no assunto essa semana, comentei no facebook do meu primeiro amor, aqueles de infância, também me perguntaram se eu sabia o que era o amor. 



Respondi assim meio de supetão, mas fiquei com a pergunta  a brincar  na minha mente.
A vida passa tão rapidamente, lembro-me ainda menina apaixonada pelo amigo do meu irmão, ficava chorando na calçada ao som de Rock and Roll Lullaby que vinha lá do parquinho de diversões, tempos da novela Selva de Pedra (1972) da estória de amor entre Cristiano e Simone. 



Impossível não chorar por amor com uma música dessas quando ainda não se tem 10 anos de idade rsrs

Como era apaixonada por aquele menino que nem me dava "bola" e eu o tinha no coração de uma forma tão profunda, ele disparava toda vez que o via, acompanhava todos seus movimentos, pois além de amigo de meu irmão, eu era amiga do irmão mais novo dele, sonhava acordada. Quando a famíla se mudou foi uma tristeza imensa, perdi o amigo e o  primeiro amor, platônico, diga-se de passagem.

Naquela época já era um tanto abestalhada, gostei de alguns meninos e eles nunca souberam...Pode loucura de amor maior que essa? Claro que não, só aprendi a demonstrar interesse lá pelos 25 anos porque com minha cara de brava percebi que ninguém na face da terra "chegaria junto". É sério, homens morrem de medo de mulher séria (nos dois sentidos), então aprendi a falar, deixar a timidez de lado e também a levar  um "fora", atual toco, mas é melhor isso do que ficar  pondo "minhocas na cabeça", geralmente imaginárias, pura perda de tempo. E vou dizer, vejo muito marmanjo(a) da minha faixa que ainda tá nessa de esperar que o outro se declare, gente como pode, eu quero algo e quero que o outro adivinhe isso e se declare? Sinceramente isso é aceitável somente até a faixa dos 20 ou então...*

Não pensem que sou mais esperta hoje, só melhorei um cadinho, mas ainda tenho uma coisa meio tola de fixação por um determinado homem, como diz o Luis Gasparetto: Tem mulher que não AMA, CISMA com um homem! Essa sou eu! Quando um homem me encanta é problema, não vejo mais ninguém e pior é quando este não te repele (tipo não dá logo um tapa no  pernilongo e acaba de vez com a sinfonia romantica) e a gente fica com aquela sensação de que vai rolar ou rolar novamente, como foi o último "amor" que nem sei se foi amor mesmo, mas com certeza foi um afeto puro, livre de hipocrisia, sem cobranças, uma pitada de filme erótico, romance e comédia, talvez um ligeiro affair de final de outono...
E vocês devem estar pensando: se antes era meio abestalhada, hoje é abestalhada inteira! Tá, vocês têm razão, é uma vergonha uma mulher de meio século pagar estes micos, mas tentem entender, um homem carinhoso, cheiroso, gentil, peitos e braços que te encaixam perfeitamente e uma pegada rara entre carinhosa e forte...(suspiros)
Não foi fácil, mas superei, meu coração está vazio, leve e com a certeza de que algumas vezes temos que enterrar os vivos ou quem morre somos nós, quando o encanto de dentro se quebra, o que está fora não faz mais sentido, são apenas boas lembranças de uma fantasia. Minha.

Entre o primeiro e o último amor: algumas bobagens que nem vale comentar; um grande amor, desta vez real (talvez o tenha classificado maior de todos porque não terminou por falta de amor, não soubemos como seria o final da estória); um amor afetuoso, racional que tinha certeza ser para toda vida por tantas afinidades que tínhamos, no entando contradizendo as previsões , no tempo nos perdemos, mas rendeu um fruto maravilhoso que é o filho e uma grande amizade depois da tempestade.
Minha experiência é pequena se comparada a juventude atual, mas quem sabe ainda não acontece de viver algo bacana, leve, sem correntes, sem promessas, sem contos de fada e principalmente sem mimimi... Só não vou inventar sentimento, se rolar rolou, se não rolar, paciência, mas "pelamor" que eu não cisme nunca mais com um homem afinal quem já tem 50 está mais para o desembarque do que para o embarque!

Pensei, pensei e não sei definir o amor, acredito que cada pessoa é diferente, nos toca de uma maneira peculiar, tudo diferente, personalidade, beijo, química, pegada, afinidade e depende do momento que vivemos, da experiência que temos. Todo amor vale a pena, se o coração bater mais forte e bater na porta, temos que deixar entrar e saboreá-lo para conhecer e então definí-lo. Só sabemos daquilo que vivemos! (Amor platônico, não mais!?)*. 



Agora de uma coisa tenho certeza, NÃO SOMOS DONOS DO AMOR DO OUTRO! Somos donos apenas do nosso amor, por maior que ele seja não se obriga alguém a nos amar, isso é sentimento de POSSE e EGOÌSMO. O amor é naturalmente livre para voar, ninguém dá o que não tem e não há nada mais triste do que estar com alguém sem gostar, pelo menos é minha opinião.


Sábias as palavras do poeta Vinícíus de Moraes: Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.

* Há uns 5 anos ouvi uma atriz global que não vou citar o nome (85 anos) ao ser questionada sobre a vida amorosa nesta fase da vida, ela disse que estava apaixonada, que a idade não importava e sim sentir o coração pulsando, a expectativa de encontrar a pessoa...que aquela sensação a fazia se sentir mais viva. A apresentadora  perguntou se essa paixão era real, se o amado sabia deste sentimento dela; que respondeu: -Não, isso é o que menos importa na minha idade. 

Todo amor e até desamor, é único!

Dalva Rodrigues

Bom....a postagem terminou e não consegui definir o que é amor rsrs
E você, sabe definir o amor, que contar aqui para nós?
Se houver interesse me fale que abro um marcador ESPECIAL para as amigas contarem suas aventuras amorosas.

Beijos!

10 comentários:

  1. Deliciosa crônica....mas isso não é novidade, né Dalva? Me acabei de rir com algumas das metáforas... perfeitas... Texto leve, fluido e claro, sempre com muito conteúdo...desses para a gente ler, reler, pensar e divagar...
    Não vou contribuir, pelo menos não agora, mas quando amadurecer um pouco mais seu questionamento, acho que volto para dar um pitaco... por outro lado, falar o quê? Você já disse tudo... rssss.. bj,bj,bj

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  2. Dalvaaaa.......que coisa mais linda!!! acho que é um retrocesso na vida de cada mulher que ler esse texto. Todas nós já passamos por situações semelhantes, né? ameiiii...
    bjs querida

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  3. Dalvaaaa.......que coisa mais linda!!! acho que é um retrocesso na vida de cada mulher que ler esse texto. Todas nós já passamos por situações semelhantes, né? ameiiii...
    bjs querida

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  4. Ai, ai... Dalva! Emocionei...!!! Menina que linda crônica, voltei no tempo, também tive um amor platônico que foi embalado ao som de Rock and Roll Lullaby, somos da mesma época. Época em que nossas cabecinhas eram povoadas de sonhos e fantasias mirabolantes. Adorei!!! Você conseguiu fazer vir a tona sentimentos e lembranças que estavam adormecidas pelo tempo. Parabéns!!! Bjs! Lia.

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  5. Acho que quando a gente perde a capacidade de sentir o sangue correndo célere nas veias, tá na hora de ir...
    Não somos donos de amor do outro, nem do nosso.
    Aliás, não somos donos de nada, tudo é passageiro.
    Os sentimentos se transformam na mesma velocidade que o tempo passa debaixo do nosso nariz e a gente só percebe quando já foi.
    Portanto, aproveite todo minuto como se fosse o último, por que pode ser mesmo!
    Beijo grandão
    Didi

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  6. Aiiiiiiiiii... não, não sei definir ao certo o que é o amor !!
    Acredita que sou abestalhada ??
    Aquela das caraminholas e tudo mais... aff e não sou nenhuma garotinha, mas fazer o que se sou romântica, srsrs

    Adorei o post e estava com saudades deles!!!

    bjus 1000 queridona

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  7. Oi Dalva, é a Vi, me apaixonei diversas vezes, algumas vezes sofri por não ser correspondida..
    Mas hoje olhando para meu passado vejo que nunca amei, não na concepção que eu tenho para amor.
    Acho mesmo que a vida me deu uma rasteira, fez meu amor ir para outras bandas e eu nunca pude conhece-lo, talvez tenha se casado, tido filhos, mas nunca esteve feliz, sempre faltando algo.. talvez tenha se divorciado e agora fica ciscando pra lá e pra cá, tentando encontrar sua metade, que sou eu, mas ele nunca me conheceu..
    A vida esta tão confusa que esta difícil a gente encontrar a nossa metade da laranja, o nosso amor.
    Beijos,Vi

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  8. Dalva querida,

    Antes mesmo de me tornar uma "mocinha", tive várias "paixonites", e sempre morria de amor e o objeto desta paixão nem percebia...ou então,percebia e me repelia...eu era magra, em uma época em que se usava o corpo violão, não tinha peito e o que se usava era o tipo Lollobrígida ou Sophia Loren...em uma destas vezes o menino em questão mandou-me um recadinho por sua irmã: se gostasse de bacalhau, a venda do irmão dele tinha de sobra...por causa da minha magreza me comparava aos bacalhaus que o irmão vendia em seu armazém.
    Como vê as histórias de meninas são sempre parecidas, românticas incuráveis que somos.
    Bjsssssss,
    Leninha

    Vou tentar me lembrar de alguma história provocada pela minha "rebeldia", como me pediu, tá?

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  9. Gostoso de ler. Bom para meditar sobre a questão do tempo que passa por nós, comparar idéias.
    Posso contar um segredo? A vida está sempre recomeçando quando há espaço para o amor. A minha é um exemplo disso.
    O último parágrafo fecha a conta: Amamos sim e se a pessoa amada sabe não importa. Não precisamos mais desta confirmação, já estamos de posse do verdadeiro sentido do amor!
    Abraços!

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  10. Não conhecia o seu blog e amei esse post! Realmente, para se amar só precisa ter um coração batendo mesmo!
    Beijos
    Adriana

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