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7 de jun. de 2015

O tempo e sentimentos



Ainda sob efeito do livro O Silêncio das Montanhas - Khaled  Hosseine  que terminei esta semana...

O autor  é de uma sensibilidade sem tamanho quando se trata de sentimentos, navega pelas almas dos personagens, suas tempestades e calmarias, impossível não se emocionar. Neste livro ele relata histórias paralelas de personagens que de alguma forma têm uma ligação...Ao longo dos anos...no trem da vida.

Pensei em todas as pessoas que passaram pela minha vida, que em algum momento estivemos no mesmo vagão da vida, embarques com doces surpresas, outros nem tanto, desses raramente me lembro, ainda bem!

Meus pais não eram de mimar, abraçar e beijar, acho que naqueles tempos isso não era comum como hoje, nem diziam 'eu te amo', mas eram carinhosos ao modo deles, seja meu pai cantando para mim uma música à luz de lampião, minha avó me ensinando crochet ou minha mãe fazendo uma sopa para as tardinhas de sábado para assistirmos Disneylândia...

Não esqueço desses e de outros tantos momentos, como não esqueço dos amigos vida afora, as brincadeiras, conversas sem fim (incrível como jovens têm assunto) risadas das palhaçadas, aventuras, confidências... 
Também não esqueço dos bons amores.

A vida passa para todos, nos muda talvez não na essência, mas cada um  percorreu seu caminho, traçou sua história e construiu suas próprias verdades, de certa forma somos outros.

De repente nos vemos no mesmo vagão,  muitas vezes o entrosamento não existe mais, as diferenças produzidas pelo tempo são escancaradas e as vezes o convívio não é razoável, temos então todo o direito de não querer estreitar relações se os risos e espontaneidade não se fazem presentes como outrora, se as diferenças são mais relevantes que as afinidades. Aliás isso serve para as novas amizades também.

E alguns dirão que desisto das pessoas, mas na verdade respeito o direito das pessoas de desistirem de mim, principalmente quando o motivo é eu ser a pessoa que sou. 
No entanto, até o fim da linha, jamais negarei o afeto que vivi e a alegria dos laços de carinho, eles são parte do que sou e serei eternamente grata, nada apagará.

Tudo na vida é passageiro, as alegrias e tristezas,  as pessoas...Nós nos vamos, de uma forma ou de outra, cedo ou tarde desceremos do trem da vida.



O silêncio das Montanhas...Cada um tem sua história e entende a linguagem do seu silêncio.


Suas mão fortes seguravam-me pelos braços e
 pulávamos as ondas branquinhas..

Banhei suas mãos frágeis e cansadas...
















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7 comentários:

  1. Oi, Dalva!
    Não sabemos os motivos pelos quais as pessoas passam por nossa vida, o importante é entender que o "para sempre" existe, mesmo que não exista mais a presença física. Tivemos amigos de infância que jamais lembraremos dos seus rostos, mas lembramos do quanto era bom estar com eles e o que desfrutamos - Essas pessoas sem rosto contribuiram para a nossa formação ou seria a nossa essência? Acho que pegamos um pouquinho de cada um que convivemos - é como se a alma fosse um éter e elas se misturassem. Às vezes sinto saudades de pessoas que não sei se estão vivas ou mortas, pq no momento da convivência não me importei com sobrenomes ou será pq não existia a internet. De certa forma, atualmente os elos estão mais bem formados. Será que foi o mundo que mudou ou eu que mudei a forma de encarar as relações?
    Uma amiga disse que eu ia "pirar" com esse livro!
    :)
    Boa semana!
    Beijus,

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  2. Que lindo te ler,Dalva!


    E nessa nossa viagem pela vida, encontramos muitas coisas que nos marcam positiva ou negativamente.

    Desembarcamos nas negativas e abraçamos as boas e delas fazemos nossas recordações .

    Ficamos com as boas! E os afetos, amores, pais, carinhos, abraços, filhos, estão no vagão onde ainda estamos e com eles vamos em frente,vida afora, amando, tentando deixar nosso melhor pelas estradas!


    Linda semana, beijos, tuuuuuuuuuuudo de bom,chica

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  3. Oi Dalva é a Vi, como canta Roberto Carlos, são tantas emoções.., creio que eu passei muito tempo da minha vida tendo muitas expectativas em relação aos sentimentos alheios, e que isso impedia de usufruir do meu presente, vivia nas magoas do passado e querendo um futuro melhor..Viver o presente foi a melhor opção, quer estar comigo, esteja hoje, amanhã posso não estar mais aqui e meu passado já se foi.
    Amei seu texto, ler livros que nos fazem pensar é sempre muito bom.
    Beijos,Vi

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  4. Dalva, vim te agradecer, desejar um lindo dia( agora só mais a noite dos namorados) e que teu fds seja bem legal! js, chica

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  5. Tantas pinceladas, tanta prosa, tanta poesia.... e no entanto dentro do coração, aquele de onde os sentimentos genuínos brotam, ou deveriam, tanto rancor, tanta soberba, tanta altivez e intransigência. A vida passa célere minha "ex" amiga, a vida passa num piscar de olhos e aquilo que um dia foi motivo de afastamento, diante do final inevitável, chega a nossa vista como uma picuinha boba, um mal entendido que uma boa conversa poderia ter sanado. Relendo nossas mensagens e confidências ontem, foi à conclusão que cheguei e foi esse o motivo de ter ligado com insistência hoje, para pedir perdão por algo que eu já nem recordo direito o que possa ter sido, além de diferenças políticas medíocres e totalmente irrelevantes no contexto da admiração e carinho que sempre senti por você mas que por sua clara recusa em atender, jaz inerte na UTI de uma amizade que eu achei, estivesse só em quarentena... E no entanto ainda assim tiro meu chapéu para você e para a educação que deu a seu filho. Ele claramente não aprendeu a mentir, nem mesmo para lhe servir de escudo quando não teve coragem de pegar o telefone para sepultar de uma vez essa palhaçada... Minha admiração morreu hoje mas desejo a você que viva muito e o suficiente para aprender que esse rancor todo não leva a nada e não lhe trará nada de bom mas pior do que isso, fazem da sua literatura, crônicas belíssimos e poesia sensível só que com a densidade e veracidade de uma nota de $3,50...
    Lamento ter de usar esse meio para me comunicar, todos os outros você bloqueou mas já deveria saber que eu não me deixo vencer tão facilmente quando me decido a algo. Pena que no meio do caminho, sua cabeça dura e intransigente tenha feito com que mudasse radicalmente meu discurso.
    Reitero meus votos e uma vida longa e feliz, embora desconfie que muito amarga.

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  6. E não se preocupe... essa foi DEFINITIVAMENTE A ÚLTIMA VEZ que tentei me aproximar para resgatar algo que claramente só existiu na minha cabeça

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  7. Gilian, não sei se deveria responder essa mensagem, mas como citou meu filho publicamente quero registrar o que ocorreu. Só agora pude conversar com ele e perguntar detalhes sobre a ligação que havia recebido ontem...Resposta: Nada, só perguntou por você e falei que vc não estava...
    Quando o telefone tocou a noitinha e não atendi pois estava ocupada fui espiar e vi que era o mesmo número que tinha ligado a tarde e fui olhar na agenda de papel, pois é onde estava seu número...
    Sabe, se eu tinha alguma dúvida sobre a necessidade de romper nossa amizade, agora não tenho mais, sua mente criativa é destrutiva de qualquer tipo de relação com as pessoas.
    Se a bloqueei foi porque mesmo depois de conversarmos você continuou a mandar seus torpedos via indiretas com as amiguinhas...
    Quanto aos adjetivos com os quais pensa me ofender...ESPELHO é a melhor resposta.
    Só lamento expor meu filho nessa palhaçada digna de 7ª série do nosso tempo.

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