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13 de ago. de 2018

Os sabores do afeto

Participando da blogagem coletiva da Elaine Gaspareto
Prestando atenção nos pequenos detalhes de tudo.
Assim compreendemos melhor o universo e tudo que nele está contido.
Semana 32

A cada dia que passa o passado me conforta mais, muito mais que o futuro. 
Lembrei demais de meu pai e de minha avó, das comidas mineiras que ela fazia, tudo muito simples e gostoso, sem receitas, "de cabeça" como ela dizia, pois não era alfabetizada. 

Filho até perguntou o que estava acontecendo, por  que eu estava com tanta vontade de comer comida da bisavó dele. 
Sei que se morrer hoje estarei feliz, com a alma confortada, por todo afeto que eles me deram, ao modo deles, o que eles puderam, foi o melhor. É o que eu hoje tento fazer.

Fiz macarronada com molho, só cebola fritinha, tomate picadinho e um caldinho do cozimento do macarrão. Também mingau de fubá com ovo.

O mais difícil foi o rústico pudim de pão feito com sobras de pão, leite, ovos, cravo, calda de açúcar no fundo da forma...Fui na intuição, nas lembranças do paladar e das vezes que a ajudei a preparar.

Não ficou tão gostoso como o dela, mas muito parecido e em relação ao sabor matei a vontade, comi usando o garfo que era de meu pai, quase senti sua presença e a voz dele dizendo: 
-Obrigada, mãe! (a saudade mistura tudo)

Meu pai era fácil de agradar, típico de quem passou dificuldade e valorizava cada grão de feijão no prato e quem o preparava.
Bolinhos de chuva para ele era um sonho!


pudim de pão



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15 comentários:

  1. Que lindo,Dalva! Voltar ao passado pelos perfumes e dabores das comidinhas e doces da infância...0 pudim de pão minha mãe nas raras vezes que entrava na cozinha, gazia e muito bem. Ate hoje quando faço lembro...

    Ela esta viva, mas nada mais pode fazer...nem lembra ☹.

    Adorei! Bjs, chica e gostei muito fos teus comentários...

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    1. Puxa, Chica, essa "ausência" deve ser bem estranha...E vamos resgatando a sensação boa que um dia tivemos com aqueles que se foram...ou não.

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  2. Dalva:
    Adoro a cozinha mineira, quanta gostosura. humm
    beijocas

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    1. Boa mesmo, só não nasci em Minas, mas me sinto toda mineira, Sonia.

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  3. Dalva, bem que podíamos ter preparado o almoço do dia dos pais juntas!!!! Menina, tive a mesma saudade daqueles que já foram. Aqui eu fiz maionese. Admiro demais pessoas como o seu pai que, por ter passado dificuldade na vida, aprecia cada grãozinho de arroz!! Mas hoje a geração é ingrata, quer tudo de mão beijada, acha que o governo tem obrigação de cuidar. Minha mãe fazia polenta com brotinhos de abóbora que era uma delícia. Lindo texto. Beijos

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    1. Helena, em casa maionese estava no almoço de todo domingo, batida na mão, era uma delícia!
      Essa polenta devia ser muito boa mesmo!

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  4. Dalva,
    Encontrei você no blog da Marly, o Saboreando a Vida, e fiquei curiosa para conhecer seu blog.
    Que lembranças boas, essas dos gostos do passado. Eu, também, tenho muitas memórias de sabores, entre elas a do pudim de pão.
    Tenho um blog que completou 10 anos há pouco tempo. Estava um pouco parado, mas agora voltei a agitá-lo. É um blog com temas variados, família, livros, filmes, artesanato, culinária, envelhecimento, enfim, vida. Apareça para uma visita: blogdavovohelo.blogspot.com
    Seu nome é Blog da vovó ... mas não só.

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  5. Olá, Dalvinha, querida!

    Você nessa foto de perfil do blog tem o mesmo jeitinho doce no olhar de qdo era um pouquinho mais nova. está muito bem apresentada e vestida, sentada á mesa, saboreando docinhos, que ama fazer.

    Entendo mto bem teu texto. Domingo passado, Dia dos Pais, k são insubstituíveis, tal como as mães e vós/vôs.
    lembramos dos mais pequenos pormenores e a comida, o cheiro dela parece k fica em nossos sentidos.

    espero k tenhas tido um excelente DIA DOS PAIS, repleto de lembranças e afetos gostosos.

    Beijinhos e bom feriado, amanhã. Creio k aí tb é feriado.

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    1. Oi Céu! Obrigada pelo elogio, só me arrumei um cadinho porque a ocasião era especial, sou muito simples em todos os sentidos.
      A memória olfativa é algo inexplicável, mas é fato.
      Abração, querida!

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  6. Emocionante o seu depoimento, que resgate, Dalva!
    Fico feliz pelo seu reolhar um passado tão verdadeiro...
    Um forte abraço, de coração.

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    1. Obrigada, Sandra, ando nessa vibe de resgatar o passado, talvez seja medo de esquecer, antes de relembrar...Abraço!

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  7. Oi Dalva também tenho essas lembranças e sentimentos, e lendo o seu relato, vem outras na minha memoria.
    Teu pudim de pão ficou de dar água na boca, se o sabor ficou parecido já é uma vitoria, porque muito raramente conseguimos fazer algo que tenha o mesmo sabor, acho que os ingredientes não são mais os mesmos em qualidade.
    Muitos beijos,Vi

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    1. Oi Vi, bem observado, mesmo que tivéssemos a receita, os ingredientes não seriam os mesmo com a mesma qualidade. Uma memória vai puxando a outra, não é mesmo! Abraço!

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  8. Oi Dalva, bt!
    Isso acontece comigo também, saudade imensa de quem já se foi. As comidinhas das minhas avós estão e acho que estarão sempre na minha memória e no tempo frio então, ah, aí eu acho que a saudade aumenta né?
    Hummmm, esse pudim de pão parece que ficou digno mesmo da receitinha da sua avó. Parabéns!
    Bjssss amiga

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  9. Isso mesmo Dinha, não tinha observado que isso acontece mais no frio...Acho que desde sempre as coisas mais gostosas são feitas no inverno e aí a gente acaba lembrando das delícias que aquecem o corpo e a alma. Abraço!

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