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19 de jun. de 2020

Fragmentos aleatórios 2

O muro

Separa casas, famílias, rotinas.
Descobrimento.
O barraco enorme, piso de terra batida.
Outro quintal, outro universo: cana, vaga-lumes, fogueira, fitas coloridas, crianças, brincadeiras e som:
"Batuque na cozinha, sinhá não quer, por causa do batuque eu queimei meu pé..." (canta: Martinho da Vila)
Se não pode estar lá, sobe  telhas velhas empilhadas.
Alcança o muro, amplia o olhar:
Patinhos amarelinhos são anjinhos.
Têm asas, não sabem voar.
Andam desajeitados, quá, quá, quá..
Muitas borboletas, flores, árvores e areia.
No muro abre o livro na imaginação.
Aprende histórias, apreende na memória.


Outro muro

Ao fim da avenida a rodovia leva ao mar.
Todo cuidado para atravessar, sempre morre um por lá.
Pernas tremem,  medo, sereno da manhã não deixa ver os carros na estrada.
O medo não é de atravessar, morrer.
É dia de vacina, posto de saúde, agulha não dói, criança não chora.
Perto dali há um muro alto, muito alto, toda criança ouve falar:
Hospício dos loucos, quem não é normal, vai para lá.
O que é ser normal?
Medo de ser levado para o universo paralelo das  histórias de horrores  de onde não se consegue escapar.
Será mesmo o louco perigoso? As histórias são verdadeiras?
Pernas tremem na espera pela agulha, medo de não aguentar a dor, chorar.
E se chorar, o Sanatório Charcot  vem buscar!?
Conflitos e aflitos que  a vida leva para além de muros misteriosos e seus gritos perdidos nos pavilhões.
A espera é longa, a picada é curta.
Medo se vai, não vai brincar no mar.
Passos deixam o muro para trás.

O camundongo

Embaixo da grande cama de casal, olhos atentos.
Observa sem medo o camundongo que  deixa sua casinha, levemente anda pelo assoalho velho de madeira.
Encara o observador, ignora, sobe na ratoeira como se flutuasse, cuidadosamente retira a isca, carrega para a minúscula passagem arredondada desenhada no rodapé.
Tão pequeno, frágil.
E esperto, ratoeira mal armada não desarma.
Um novo gato de rua se faz necessário, o camundongo some.
Décadas se passam, um camundongo aparece.
Pelo vidro da janela fechada o camundongo  encara:
-Ei, deixem-me entrar!
Olhos fixos nele, abre a porta, o bicho no mesmo lugar acompanha o movimento.
Olhos nos olhos, matar ou não matar?
Conflito existencial, cadeia alimentar, sanitarismo.
Uma vassourada de leve, um spray de veneno.
Foge, faminto e vivo.
Todos querem sobreviver, incluindo vírus.
Ouço leves passos no telhado.


Capa do compacto duplo (1972) de Michael Jackson

carteira vacina
Carteira de Saúde SP 1946
(do meu avô paterno)



sanatório
Sanatório Charcot (já desativado)








95 comentários:

  1. Amiga Dalva,
    “Michael Jackson” foi um visionário, utilizando máscaras cirúrgicas anos atrás. “Cazuza” foi um visionário, dizendo que ‘a piscina está cheia de ratos’... E que ‘o tempo não para’. De contrapartida, “Raul Seixas”, foi o ‘mestre dos magos’, pois, sabia bem o que aconteceria, ‘no dia que a Terra parou’.
    Bela narrativa, com direito a Carteira de Saúde SP 1946 (do seu avô paterno).
    Um abraço, bom final de semana e cuide-se!!!

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    1. Obrigada, continue se cuidando também! E não é verdade, Doug?! Esquisito acabou sendo nós se não usamos máscara. A obra musical do Michael Jackson é muito legal, fez parte de minha infância. bjs

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  2. Bom dia:- Publicação em jeito de homenagem de que gostei bastante
    .
    Bom fim de semana
    Cumprimentos

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  3. Dalva que legal te ler... No primeiro muro, gostei da imagem que lembras das telhas empilhadas, esperando "crescer" em tamanho para o outro lado poder ver e a cena vista:os patinhos... Muro que separa barracos e mundos...
    O outro, muro do medo...A danada da vacina, injeção que nos era apresentada com terror...
    E o camundongo, confesso que sempre morri de medo deles e numa casa que morei, no pátio apareciam..Os gatões não são mais os mesmos..Agora tratados com ração, nem se preocupam em caçar... Vive e deixa viver,rs...

    Adorei! Bom ver quando chegas na lista ,sinalizando texto novo aqui! beijos, lindo fds! Bom inverno que iniciamos hoje! chica

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    1. Obrigada pelo carinho, Chica! E não é que já é inverno de novo...
      Acho os ratinhos lindos, mas morro de medo das doenças...Sinto muito, mas hoje saí de casa para buscar veneno, ele está morando no telhado e doido para entrar...antes tentarei fazer fumaça lá dentro pra ver se ele sai, se não...Gostei da performance do gatões de hoje hehehe
      Não sei porque eles colocavam tanto medo nas crianças...só perdi medo de dentista qdo era moça. bjs

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  4. Olá, Dalvita,

    O primeiro texto me fala de tanta coisa:
    brasilidade, costumes, música brasileira, festa junina (ou seria outro evento?). E a criança que, mesmo deparando-se com o muro, dá um jeito de se inteirar do que tem para além dele.
    E o texto sobre o medo, vias de tráfego perigosas, vacina que assusta, e um sanatório que aterroriza.
    O último texto acaba por entrelaçar um camundongo ... anônimo... ao que o Michael Jackson tornou famoso. Cantamos essa música uma vez no coral da escola.
    Constatei - há pouco tempo - que os afetos que construímos numa certa idade, depois se tornam difíceis de erradicar. Michael Jackson entrou na minha vida numa época em que ele e eu éramos ainda crianças. A família Jackson, inclusive esteve em minha cidade, poucos anos depois - quando Michael tinha 16 anos- e protagonizaram uma situação que fez com que eles tivessem que adiar o show que dariam para o dia seguinte, devido a não chegada dos equipamentos a tempo (a carreta que os transportava teve problemas na estrada, em outro estado).
    Esperaram um 'milagre' até a hora do show e como esse não se realizou, o público se rebelou. Mas os Jackson subiram ao palco e explicaram o que se passara, prometendo que fariam o show no dia seguinte. E Michael cantou "Ben", para acalmar a turba. No dia seguinte o espetáculo foi apoteótico. É por essa e outras, que eu não consigo deixar de gostar de Michael Jackson, mesmo em face aos escândalos que agora nos apresentam.

    Beijo

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    1. Marly, adorei suas lembranças e considerações todas com muito sentido!
      E sim, é sobre festa junina, onde tomei meus primeiros quentões tão quentes que ardiam até a alma, mastro com um santo (que não lembro qual era), fogueira enorme soltando faíscas na noite estrelada até virar cinzas que via no dia seguinte.
      Abrigada pelo comentário, amiga! bjs

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  5. Dalva querida,
    Gosto de ler você, amiga! E o muro, em minha infância, significava a sedução da rua que me atraia para as brincadeiras infantis,para o tempo mágico da inocência quando se podia imaginar o que se quisesse, a imaginação não tinha limites.E o outro muro, trazendo á tona os medos infantis, um dia experimentados por todos nós, o medo maior era ,na hora do pique esconde, na fábrica de guaraná,as crianças atrás dos engradados, tremendo porém fingindo uma coragem que não possuíam. Vacinas, injeções, nada disso trazia medo...
    E quanto ao ratinho, romantizado em filmes e desenhos, já me encontrei em diversas situações com alguns,na cozinha da fazenda onde um gatinho esperto os espantavam ou ratoeiras bem armadas os estraçalhavam...
    E devo dizer que adorei ver a carteira de saúde do seu avô! Lembrança preciosa, minha querida!!!

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    1. Leninha, crianças são corajosas porque não conhecem o perigo ou ignoram, não sei se isso é bom ou ruim, principalmente depois que crescemos.
      Quanto a carteira de saúde, suponho que tenha sido tirada quando a família veio de Miraí para São Paulo, acho que lá na roça não tinha essas coisas e aqui ficou doente, logo morreu, deve ter tirado para fazer tratamento ou algo assim. Eu mesma não tenho a carteira d vacina dos tempos de criança, nem minha mãe sabe o fim que tomou.
      Obrigada pelo rico comentário, amiga! bjs

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  6. Dalva,
    Rica publicação.
    Amo vir aqui.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  7. Boa tarde de paz, querida amiga Dalva!
    Meu filho foi fã do Michel desde adolescente... Tinha o disco dele na época.
    Estou achando incrível o jeito que posta seus fragmentos.
    Hoje, escolhido foi o primeiro.
    Encontrei sabor nos traços poéticos que foi colocando e recheando o fragmento.
    Ele se transformou num poema para mim ao lê-lo.
    Daqui, li o sambinha como um forrozinho pelo São João 🤩
    Tenha dias abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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    1. Que bom que gostou, Roselia! Acho que a letra fica legal mesmo em tom de forró, ótima leitura de ritmo! bjs

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    2. 🕊️💐🙏🏡😘😘

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  8. Gostei, Dalva, de “O muro”, belo poema que começa com estes versos:

    “Separa casas, famílias, rotinas.
    Descobrimento.
    O barraco enorme, piso de terra batida.”

    Também gostei de “Outro muro”, belo poema que se assim:

    “Ao fim da avenida a rodovia leva ao mar.
    Todo cuidado para atravessar, sempre morre um por lá.
    Pernas tremem, medo, sereno da manhã não deixa ver os carros na estrada.”

    Meus parabéns!

    Meus votos de uma boa semana, Dalva

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  9. Dalva, querida, achei muito interessante seu texto sobre os muros, tantas coisas... são protetores por vezes, outras escondem o que não deveriam, outras vezes nos aparecem como surpresas, boas e outras vezes péssimas. Aparecem assim que aportamos no mundo, depois crescemos e entram em nossas vidas com mais força. Porém, não adiantam colorir tais muros ou plantar verdes trepadeiras para amenizar a rudeza. Não gosto muito de nada que esconde verdades. Porém sei da utilidade que precisam encobrir. Não sei se me fiz entender: é aquele mal necessário!
    É assunto para mais de metro, uma coisa puxa a outra...
    Michael Jackson... quem o esquece? Fez parte de nossas vidas.
    Beijo, uma boa semana! Continue cuidando-se...

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    1. Obrigada pelo rico comentário, Tais! Se fez entender, sim. Muros são carregados de simbologia.
      Cuidem-se por aí também, bjs

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  10. Oi Dalva um muro desperta a curiosidade, esses dias estava olhando para o muro que separa nossa casa de um dos vizinho, enquanto ele fazia uma baita fogueira, querendo saber quanta lenha ele tinha para queimar, justo agora que a umidade do ar esta muito baixa. Já subi muitos muros, altos, baixos, as vezes para bisbilhotar o que tem do outro lado.
    Fiquei tão curiosa com a capa desse disco que fui pesquisar, era sobre o filme, o cara tinha um rato que se chamava Ben e também o Michael tinha ratos como animal de estimação, mais de 30 ratos.
    Eu também tenho esses conflitos que você cita, menos com ratos e baratas,kkkkk
    Amei o texto, viajei pro outro lado do muro.
    Muitos beijos, Vi

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    1. Vi, nem me fale de queima de lenha, teve a poucos dias aqui perto, teve até reclamação na vizinhança, foi feia a "queimada"...acho que não imaginaram o tamanho que teve.
      Você lembrou do filme, que legal, muitos falam que é filme trash, mas adorei, pelo menos naquela época.
      Fechadas com as baratas!
      Obrigada pelo comentário, bjs

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  11. Textos maravilhosos com lições valiosas!
    Beijos afetuosos!

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  12. OI Dalva, muros despertam curiosidades. Tantas histórias diferentes podem rolar e circular por trás dos muros. O que por ali acontece?
    Eu não tenho coragem de matar o rato. kkk. Fico no conflito. Prefiro deixar fugir e que outro faça o serviço. Prefiro cuidar para a não proliferação dos ratinhos cuidando bem do meu lixo e lavando tudo antes de descartar nas lixeiras de reciclagem
    beijos
    Chris


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    1. Obrigada pelo comentário, Chris!
      Nem sempre a teoria da limpeza funciona em relação a ratos, a fome dos roedores define a invasão, comida armazenada corretamente dentro de casa para consumo, pode atrair também, aliás, acho que eles preferem :D bjs

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  13. Gostei muito dos seus fragmentos.
    Muros e ratos dão um romance...
    Fez-me lembrar de um livro que li há uns anos que era feito de fragmentos, uns cinquenta. Por isso, não os perca...
    Continuação de boa semana, querida amiga Dalva.
    Beijo.

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    1. Obrigada pelo gentil comentário, Jaime!
      Se a imaginação for fértil, sim, concordo que muros e ratos dariam um bom romance, uma ideia para literatura infantil.
      Bom final se semana, amigo, bjs

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  14. Gosto da sua prosa poética, amiga Dalva.
    Não gosto nem de ratos, nem de muros... nem de grades.
    Beijo carinhoso. Saúde.

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    1. Obrigada pelo comentário, Teresa, saúde para você também e bom final de semana! bjs

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  15. Estimada Dalva
    Gostei de ler os textos que classificou como fragmentos aleatórios...
    Parabéns pela criatividade e partilha.

    Tenho de pedir desculpa pela minha ausência, mas tive a agenda
    sobrecarregada de eventos que celebrei no meu outro blogue...
    Com o confinamento, houve um aumento de publicações, fiquei
    muito cansada e entrei em pausa...
    Aconteceu também que, com a pandemia, a minha inspiração
    poética declinou bastante, ainda acho supérfluo poetizar
    alguns temas...

    Dias bons e melhores, minha amiga.
    Um inverno aconchegante.
    Abraço grande,.
    ~~~~






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    1. Obrigada, Majo!
      Acho que todos andam meio com as inspirações alteradas, cada um tem seu próprio tempo e fluir com prazer de escrever e compartilhar.
      Continue se cuidando, bjs

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  16. Querida Dalva
    Eu adoro seus posts e sua escrita bonita e poética.
    Estou fazendo uns cursos de escrita criativa e amando
    Destas suas inspirações, me vem à memória a expectativa de receber a vacina naquele "revólver" barulhento, que quase me matava de aflição...
    Quero te agradecer suas visitas ao MãeLiteratura, acho que você não tem ideia do quanto me fazem bem e feliz
    Bejão
    Claudia

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    1. Obrigada, Claudia! Acho que a vacina de revólver era contra meningite no surto dos anos 70, lembro até de minhas pernas tremendo na fila...Sobrevivemos!
      Que legal que está fazendo o curso!
      Eu é que agradeço o carinho, adoro estar em seu blog dando meus pitacos! rs
      bjs

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  17. Eu gosto de ler histórias bem contadas,
    por isso não deixo de fuçar por aqui.
    Quanto a viagem que fizeste para além do
    muro, claro que ias me encontrar e que
    bom que me viste de cara lavada, dente
    escovado e tudo o mais. Por isso o valor
    que eu dei quanto a tua passagem.
    Um beijo, de máscara, e bom fíndi.

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    1. Obrigada, querido Silvio! Ser espiado de cara amarrotada de manhã não é nada agradável, mas todos acordam assim! bjs

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  18. Olá, Dalva!

    Achei seu post bem interessante. A mente passeou lendo sobre os muros, Sabe que até lembrei de um muro que separava um hospício, da rua que levava a escola primária. Lugar que nos despertava a curiosidade e imaginação.

    Um abraço,
    Sônia

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    1. Obrigada pela leitura, Sonia! Também era na avenida da minha escola primária o sanatório que quase todo mundo chamava de hospício, a molecada não perdoava com brincadeiras relacionadas. bjs

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  19. Bom dia querida Dalva,

    Na arte do conto vc ganha nota mil. Adorei a diversidade, sua criatividade vai além da imaginação. Muito bom, receba meus aplausos.

    Tenha um feliz e abençoado domingo!
    Bjs

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    1. Diná, querida, comentário mais animador este, fiquei toda envaidecida :D
      Obrigada pelo carinho, bjs

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  20. Dalva,
    Suas histórias são tão bem contadas!
    Bom ter todas essas lembranças e conseguir espalhá-las.
    Beijo.

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    1. Obrigada, Heloísa! AS lembranças estão se apagando, preciso registrá-las, mesmo que seja só pedacinhos. bjs

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  21. Estimada amiga.
    Já em pausa, voltei para convidá-la para um cafezinho aromárico no 'Café Poético'
    do Sonhos e Poesia, da Gracita.
    Tenho a certeza que vai gostar.
    Beijinhos
    ~~~~

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    1. Majo, vou procurar e dar uma espiada, obrigada pelo convite, bjs

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  22. OI Dalva, tudo bem? Passei por aqui pra saber das coisas.
    Uma ótima semana pra você
    beijos
    Chris


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    1. Chris, tudo em ordem e lá se vai mais uma semana...mês. bjs

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  23. Gosto do tipo de poesia que aqui leio.

    Prima pela discrição de lugares e coisas e está bem concebida!

    Saudações poéticas!

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    1. Muito obrigada Vieira, pela visita e comentário! bjs

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  24. Passei para ver as novidades.
    Mas os muros não foram abaixo (ou para baixo...).
    Aproveito para lhe desejar a continuação de uma boa semana.
    Beijo, querida amiga Dalva.

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    1. Amigo, os muros já estão caindo, logo sai outra postagem! Bjs

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  25. Oi Dalva
    Gostei destas histórias envolvendo os muros com seus mistérios que a gente sempre quer desvendar
    Beijinhos poéticos

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  26. Grata pela visita ao café poético
    Beijinhos e sorrisos

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  27. Oi, Dalva!!
    Cada muro encerra uma experiência e ilusória proteção.
    Seus fragmentos fazem divagar... O olhar da infância que enxerga beleza em tudo e que dissipa o medo com a mesma rapidez que o contrai.
    Ah, os ratos!! Tenho verdadeiro pavor! Imaginando esse observador (rs*)

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    1. Obrigada pela visita e comentário, Luma!
      Tem razão, criança não se atenta ao medo por muito tempo.
      Nem me fale dos ratos rs bjs

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  28. Oi, Dalva!

    Você escreve histórias tão interessantes! Sua memória está nota 10.
    Muros separam, sanatórios não deviam existir e ratos também não. Ligou mto bem os três assuntos. Amo ler o k você escreve.

    Beijos e bom finde.

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    1. Obrigada Céu! A memória não está boa não, são só fragmentos que precisam de complementos para fazer sentido em uma escrita, por isso demora para escrever. bjs!

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  29. Olá querida Dalva!
    Que lindo escrevinhar!
    Simplesmente hilariante.
    Um doce abracinho!💙🌷💙
    Megy Maia🌈

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  30. Um lindo jeitinho todo especial seu de contar historias e olhar o cotidiano.
    Há um muro e atrás do muro outro muro, havia um muro no meu caminho, atras
    do muro gente que não podia estar do lado de cá. Mas eram gente e não bichos.
    O bicho corria pela casa,escondia num buraco onde vivia a comer escondido.
    E se a gente pudesse transpor os muros que criam à nossa frente amiga?
    Uma maravilha seus escritos.
    Carinhoso abraço e feliz semana.
    Cuide-se e vamos que vamos para a nova semana.

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    1. Obrigada Toninho, pela presença e comentário tão rico.
      Boa pergunta, amigo...Mia Couto escreveu que não há muros que separam os que tem medo dos que não tem medo, (ou algo assim).
      bjs

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  31. Olá querida Dalva,

    É muito gostoso vir aqui no seu blog e acompanhar as suas histórias que marcaram uma época! Hoje vejo muros entre as pessoas, por causa da pandemia estão ainda mais distantes e isoladas. Sobre a história do hospício é algo extremamente triste imaginar que pessoas vivem ali totalmente fora da realidade, muitas vezes sem parentes para visitá-los. Agora o camundongo me dá arrepios só de pensar, aqui em casa já entraram quatro e não tenho boas lembranças.

    Um abraço! Cuide-se!

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    1. Obrigada Alécio! Como fazer para derrubar os muros que a sociedade construiu, meu amigo? Vivemos todos prisioneiros enquanto houver essa desigualdade brutal.
      Cuide-se também, que não tem nada acabado ainda, embora alguns queiram que acreditemos nisso. bjs

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  32. Oi. Dalva. Belas poesias aqui. Bjs querida

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  33. Querida amiga Dalva, passei para lhe desejar um bom resto de semana.
    Beijo.

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  34. Boa Tarde de paz, querida amiga Dalva!
    Hoje voltei para reler e encontro uma empatia aqui com o muro... tenho um muro à minha frente por uma refomra no apto, que me deu muito espaço num varandão gostoso.
    Não me sinto emparedada e sim, protegida... Há muros que nos transportam à segurança e não ao confinamento mais...
    Muito bom passar por aqui e ler suas reflexões tão sensatas e bonita.
    Tenha um final de semana abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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    1. Obrigada pelo retorno, Rosélia. É muito bom sentir-se protegida, aproveite bem seu varandão, que as rus ainda não são um lugar seguro. bjs

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    2. 💐🌈🏡🕊️🙏😘

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  35. Por suspeição não podia te dizer que
    te vejo muito à vontade na minha página
    e até penso fazer um puxadinho pras
    tuas horas de folga. Adoro seus
    comentário, todos.
    Um beijo e me aguarde, que estou voltando.

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    1. Silvio, querido, sinto-me a vontade, sim, mas se passar do limite pode dar bronca! :D
      Aliás estou atrasada com minhas leituras. bjs

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  36. Oi,Dalva! Adorei teus comentários por lá e imagino mesmo a sensação ao sair,rs...Loucura total!! Putz, que coisa esse danadinho vírus, né? Lindo fds! Obrigadão e tudo de bom! bjs, chica

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    1. Esqueci de falar...Adorei tua frase3 no sementes...Bem certa, realmente se um está com sobrecarga, outro está se aproveitando... bjs

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    2. Eu que agradeço, querida Chica! Passo por lá , estou com saudade de seus escritos leves! bjs

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  37. Oi Dalva, tudo bem? Sempre venho aqui em busca dos seus ótimos textos. Fico com saudades.
    beijos
    Chris


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  38. Dalva, saltei o muro para agradecer o abraço que deixou no meu Rol.
    Estou esperando novo texto seu.
    Beijo, boa semana, muita saúde.

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  39. Trago 3 flores nesse buquê; uma rosa, um cravo e um beijo.
    A rosa e o cravo talvez eu os leve de volta, mas te deixo a última
    flor com o respeito que um amigo tem pelo outro.
    Bom dia.

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    1. Aceito o beijo, se for cravos e rosas plantados, aceito também rs

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  40. Oi Dalva passando para lhe agradecer o carinho lá no Tacho e torcendo para você etr muitas inspirações, gosto de ler você.
    Beijos,Vi

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  41. Passei de novo para ver as novidades.
    Aproveito para lhe desejar a continuação de uma boa semana.
    Beijo, querida amiga Dalva.

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  42. Em jeito de crónica,

    uma das variantes desta vida!

    Saudações poéticas!

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    1. Obrigada, Vieira, uma vida contém várias crônicas. bj

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  43. Sempre que publico um poema venho visitá-la... e vejo que a sua casa não se altera...
    Apesar disso, continuação de boa semana, querida amiga Dalva.
    Beijo.

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    1. Jaime, estou devagar aqui no blog, tem horas que tenho até vontade de parar, mas vamos tentando...Logo passarei lá para ler teus poemas maravilhosos. bjs

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  44. Tudo bem, desculpe mas não sigo por seguir, novas possíveis amizades começam por leitura do que o amigo escreve, penso eu.

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  45. Dalva, voltei pra te agradecer todos os lindos comentários e até a EMA entrou..Ela sabe das coisas,rs... Como estás? Andavas sumida! Desânimo? Beijos, tuuuuuuuuuuuuuudo de bom,chica e lindo fds!

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  46. Obrigada, Chica, estou bem, acho que é desanimo mesmo dessa situação toda. Tenho relaxado mais mexendo nas coisas aqui em casa, pintando portão, mexendo nas plantas, cozinhando...Se entro na internet me irrito porque não consigo filtrar hehehe bjs

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  47. Dalva, não penses que venho de mãos
    vazias. Não, não venho, minha cara,
    pois trago-te um abraço onde poças
    ficar o tempo que achares que deves
    ou queiras.
    Obrigado por aplaudir as bobagens que
    falo e pela amizade que a mim vens
    dispensando.

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  48. OI Dalva, passando aqui para te desejar um ótimo final de semana
    beijos
    Chris


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  49. Esses teus fragmentos me fizeram recordar diversos muros que vi serem superados, alguns fisicos como o do sanatório quando presenciei alguem pulando, ou numa corrida que vi alguem parando e retomando como se tivesse rompido a corda que o impedia.Tuas palavras me fazem viajar.....

    Muita Luz e Paz!
    Abraços

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